terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Vi uma vaca no comboio

Quando penso que já vi de tudo no comboio e que vou dar descanso a este blog, eis que surge mais uma criatura que, na vastidão das carruagens, é arrastada até mim pelo destino. Boys apetitosos que é bonito - nada! É só desgraças! 

Esta comia de boca aberta. Parecia uma vaca a ruminar! Por momentos pensei, levada pela minha fértil imaginação, que existia uma fada aprisionada na sua boca que estava a emitir um pedido de socorro em código morse. Mas não, era só ela a comer uma maçã. 

Nunca aquela maçã imaginou acabar assim! Triturada em praça pública como uma maçã qualquer!! Ela não era uma maçã qualquer! Ela tinha pedigree!! Sumarenta. O sumo daquela real maçã escorria pela cara da moça abaixo. Vermelhinha. De um encarnado cor de sangue e de polpa esbranquiçada, misturados, na sua hora final, numa papa semi líquida, semi grumosa, na boca da indivídua. Eu vi! Ninguém me contou.

Vamos todos dedicar um minuto de silêncio àquela pobre maçã! E à moça que a estava a comer também, que ela bem precisa, coitada.


Catarina Vilas Boas
A minha escrita já não é o que foi em tempos. Essa é a triste e dura verdade.

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