segunda-feira, 24 de março de 2014

Do anjo que eu sou

Deviam fazer de mim um caso de estudo! Por 1001 razões.

Uma delas é que sempre tive um sequê de celestial. A vermos bem as coisas, para ser anjo, só me falta voar! No entanto, estudarem-me por essa razão, ia envolver a Igreja e problemáticas tão antigas como o sexo desconhecido dos ditos cujos e, apesar de eu ser toda pró activa em nome da ciência, não tou pa dar o corpo ao manifesto e sujeitar o povo a um remake fatela do Código da Vinci.

Outra delas é que (acredito e tenho provas) me corre nas veias um qualquer elemento genético, desconhecido da ciência, que atrai magneticamente os tolinhos para perto de mim. Senão expliquem-me como é que é possível que, numa carruagem com dezenas de metros e dezenas de assentos, a única pessoa estranha a bordo fique sempre nas minhas proximidades?!

O marreta de hoje tinha a mania que era beatboxer. Andava de um lado para outro, a fazer estalinhos com a boca e outros sons muito parecidos com os da máquina de lavar roupa lá de casa a fazer a centrifugação. Não vou descrever a indumentária ou o penteado do sujeito porque ele disse que não ia a casa há 6 anos e eu não tou para morrer às mãos de um ex-presidiário.

Se tudo correr bem, daqui a uns anos já vou poder escrever o que me apetece e morrer em consequência disso. Antes, deixem-me só plantar uma árvore, escrever um livro e, em vez do filho, ter um daqueles cães da moda com nome e roupa de gente.

Catarina Vilas Boas

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